Conhecendo a literatura
  • Home
    • Lifestyle
    • Sports Group
      • Category 1
      • Category 2
      • Category 3
      • Category 4
      • Category 5
    • Sub Menu 3
    • Sub Menu 4






Movimento literário marcado pela musicalidade e crítica à realidade 

Simbolismo: contexto, características, autores - Brasil Escola

O Simbolismo no Brasil foi um movimento literário que ocorreu no século XIX e opôs-se a outros movimentos da mesma época como o Realismo e Naturalismo. 

Esse estilo surgiu como uma forma de negar a realidade subjetiva, em um momento marcado pela frustração e medo. Assim, foi uma opção de fuga aos escritores, que buscaram obedecer a uma tendência que ia ao encontro dos ideais espiritualistas.

O movimento simbolista no Brasil surgiu após esse movimento começar na França, em uma época em que os artistas franceses estavam reflexivos acerca das suas produções. Na Europa, o responsável pelo início do Simbolismo foi o poeta francês Charles Baudelaire, com a sua obra “As Flores do Mal” (1857). Esse movimento foi adotado pelos autores brasileiros, porém não teve tanta força como teve o Parnasianismo no Brasil.

O Simbolismo no Brasil surgiu como influência para o teatro e as artes plásticas, além da literatura. Seu marco no país foi em 1893, quando o poeta Cruz e Souza publicou as obras “Missal” e “Broquéis”. 


Cruz e Sousa foi o responsável pelo início do Simbolismo no Brasil. (Foto: Wikimedia)

Foi em 1886 que o Simbolismo recebeu esse nome, ficando conhecido anteriormente como "Decadentismo", em referência à inferioridade da estética simbolista em comparação aos valores estéticos de movimentos anteriores como o Parnasianismo. 

Os autores do Simbolismo não seguiam a estrutura de versos perfeitos, que era uma das principais características do movimento parnasiano. Eles desenvolveram um modelo que ironizava a objetividade do movimento anterior. 

O Simbolismo no Brasil e no mundo chegou a ser considerado como o movimento inimigo da sensibilidade, instrução e da descrição objetiva. Para os adeptos desse movimento a arte deveria focar nas verdades absolutas. 

O declínio do Simbolismo no Brasil deu-se com o surgimento do movimento modernista, no começo da década de 1920. O Modernismo de 1922 foi um movimento cultural de grande repercussão, que influenciou a classe artística brasileira, cujo motim desencadeou-se a partir de novas tendências das vanguardas europeias. Sobressaiu-se ao Simbolismo no Brasil e aos demais movimentos anteriores apresentando novas linguagens modernas com enfoque em elementos da cultura brasileira.

Características


Uma das principais características do movimento simbolista é o antagonismo ao parnasianismo. Assim, as obras desse estilo não tinham a preocupação estética e com a perfeição dos parágrafos como as obras parnasianas.

A literatura simbolista possuía uma abordagem entre o mistério e o misticismo, com um estilo que baseava nas rimas. Os autores dessa época priorizavam a intuição ao invés da razão ou lógica, utilizavam recursos do imaginário e da fantasia e preferiam usar artifícios imprecisos para interpretar a realidade. Assim, os simbolistas davam ênfase a temas imaginários, místicos e subjetivos. Eles desconsideravam as questões sociais abordadas por outros movimentos e as obras tinham caráter individualista sem preocupação com a verossimilhança. 

Outra característica comum e facilmente percebida no simbolismo é o fato dos simbolistas demonstrarem uma preferência pela cor branca, sendo muitas vezes subentendida pelos termos “névoa”, “neblina” e similares. 

A estética simbolista era marcada pela musicalidade, em que a poesia aproximava-se da música, exprimindo uma relação entre ambas. O recurso linguístico muito utilizado para essa estética era a aliteração, uma das figuras de linguagem representada pela repetição de um mesmo fonema consonantal. 

Os autores do simbolismo procuravam escrever sobre o inconsciente humano, como os sonhos. Também era comum que focassem o ponto de vista da obra em um único indivíduo. 

Qual obra marcou o Simbolismo no Brasil 


Em 1893, o poeta brasileiro catarinense João da Cruz e Sousa (1861 – 1898), conhecido como Cruz e Sousa, Dante Negro ou Cisne Negro, publicou duas obras que foram consideradas o marco do Simbolismo no Brasil. Foram elas: Broquéis (1893, poesia) e Missal (1893, poemas em prosa). Escreveu, ainda, Tropos e Fantasias (1885, poemas em prosa, junto a Virgílio Várzea).

Os poemas apresentados por Cruz e Sousa têm como características a tendência à sensualidade do indivíduo, o individualismo, um certo desespero e a preferência pela cor branca.

Esse autor militou pela escravidão, retratando o assunto em alguns dos seus poemas, por meio de metáforas. Após o falecimento de Cruz e Sousa surgiram as obras póstumas Últimos Sonetos (1905); Evocações (1898, poemas em prosa); Faróis (1900, poesia); Outras evocações (1961, poema em prosa); O livro Derradeiro (1961, poesia) e Dispersos (1961, poemas em prosa).

Veja, abaixo, o poema Antífona, do livro de poesias Broqueis, de Cruz e Sousa. 

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
De luares, de neves, de neblinas!
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas…
Incensos dos turíbulos das aras
Formas do Amor, constelarmente puras,
De Virgens e de Santas vaporosas…
Brilhos errantes, mádidas frescuras
E dolências de lírios e de rosas …
Indefiníveis músicas supremas,
Harmonias da Cor e do Perfume…
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,
Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume…
Visões, salmos e cânticos serenos,
Surdinas de órgãos flébeis, soluçantes…
Dormências de volúpicos venenos
Sutis e suaves, mórbidos, radiantes …
Infinitos espíritos dispersos,
Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
Do Sonho as mais azuis diafaneidades


O Simbolismo no Brasil foi marcado pela sensualidade, individualismo e preferência à cor branca. (Foto: Wikimedia)

Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.
Que o pólen de ouro dos mais finos astros
Fecunde e inflame a rima clara e ardente…
Que brilhe a correção dos alabastros
Sonoramente, luminosamente.
Forças originais, essência, graça
De carnes de mulher, delicadezas…
Todo esse eflúvio que por ondas passa
Do Éter nas róseas e áureas correntezas…
Cristais diluídos de clarões alacres,
Desejos, vibrações, ânsias, alentos
Fulvas vitórias, triunfamentos acres,
Os mais estranhos estremecimentos…
Flores negras do tédio e flores vagas
De amores vãos, tantálicos, doentios…
Fundas vermelhidões de velhas chagas
Em sangue, abertas, escorrendo em rios…
Tudo! Vivo e nervoso e quente e forte,
Nos turbilhões quiméricos do Sonho,
Passe, cantando, ante o perfil medonho
E o tropel cabalístico da Morte…

Principais simbolistas brasileiros


 Alberto Guerra Vidal Castro MenezesGustavo Teixeira  Rodrigues de Abreu
 Batista Cepelos Francisco Mangabeira Pedro Kilkerry 
 Ernani Fornari Marcelo Gama Augusto dos Anjos 
 Juvêncio de Araújo Figueiredo Alphonsus de Guimaraens Eduardo Guimarães 
 Alceu de Freitas Wamosy Cruz e Sousa Hermes Fontes


O simbolismo é uma estética literária do século XIX que se opõe à objetividade parnasiana. Pode-se observar no simbolismo uma revivescência romântica.

Assim como o parnasianismo, o simbolismo tem sua origem na França e seu principal poeta foi Mallarmè. Mesmo na França, onde se originou, o simbolismo foi um movimento curto e conturbado. Um dos principais nomes desse movimento foi o poeta realista Charles Baudelaire. Alguns chegam a considerá-lo como simbolista, tal sua importância para o movimento, entretanto, quando o simbolismo se configura na França, Baudelaire já não estava vivo. Assim, podemos dizer que o poeta foi um pré-simbolista, um precursor do movimento.

Ao contrário dos parnasianos que defendiam o rigor formal do verso, os simbolistas buscavam uma poesia voltada a efeitos sonoros, com certa musicalidade. Assim, eram comuns figuras de linguagem como assonância e aliteração. Os poetas simbolistas rejeitam o rigor e a disciplina parnasiana.

Há um apelo ao metafísico, ao inconsciente, ao mundo espiritual. Para dar conta dessa nova realidade é preciso uma linguagem simbólica o suficiente que possa sugerir em vez de descrever. O poeta simbolista sente-se desconfortável no mundo, e é tomado de um profundo pessimismo que o leva a valorizar a morte, o soturno, o mistério. Esse gosto pela fúnebre levou o simbolismo a ser chamado de decadentismo. Esse desconcerto do mundo é reflexo da frustração que todo o avanço tecnológico da era realista causou: havia uma grande euforia em relação à ciência, mas os avanços não são para todos. Nesse aspecto, o simbolismo aproxima-se do romantismo: tende a fugir do mundo físico que não apraz, não satisfaz.

Características do simbolismo

  • Uso de pausas, reticências, espaços em branco e rupturas sintáticas para representar o silêncio metafísico;
  • Sinestesia: construção de versos que descrevem sons, aromas e cores, pois os cinco sentidos são instrumentos de captação dos símbolos ao redor;
  • Temáticas voltadas à interioridade humana, ao êxtase do espírito;
  • Vocabulário etéreo e remissões ao Nada e ao Absoluto;
  • Presença comum de antíteses e oposições, graças às tentativas de encarnar o que é divino e espiritualizar o que é terreno: o poema é a forma de conciliação entre os planos material e espiritual;
  • Entendimento da poesia como uma visão da existência;
  • Presença da religiosidade, não somente cristã como também oriental, compondo a busca simbolista da transcendência;
  • Descrições crepusculares, presença simultânea de luz e sombra;
  • Imagens sombrias, lúgubres, decadentes;
  • Afrouxamento do rigor métrico parnasiano, dando espaço para metrificações irregulares e versos livres;
  • Conceito musical do poema.




O Parnasianismo, vindo do grego da palavra “Parnaso” que, segundo a mitologia grega, refere-se a um monte consagrado a Apolo e às musas. Além dessa origem mítica, o parnasianismo também surgiu como movimento literário, na França no final do século XIX, tendo como principal bandeira a oposição ao realismo e ao naturalismo.

Características:

·         Linguagem objetiva, em oposição à linguagem mais subjetiva do romantismo;
·         Predomínio de vocabulários e estrutura sintática cultos;
·         Busca pelo equilíbrio formal;
·         Predileção pelo soneto.

No Brasil:

O parnasianismo brasileiro começou a partir de 1870, pois, no final dessa década, criou-se uma polêmica no jornal Diário do Rio de Janeiro, que reuniu, de um lado, os adeptos do romantismo e, de outro, os adeptos do realismo e do parnasianismo. Esse encontro literário, desenvolvido em artigos, é conhecido como “Batalha do Parnaso”.

Principais autores e obras do parnasianismo no Brasil:

·         Teófilo Dias (1854-1889): Foi advogado, jornalista e poeta. O primeiro livro de poesia considerado parnasiano, publicado em 1882, foi uma obra de sua autoria: Fanfarras. Publicou ainda os seguintes livros: Flores e amores (1874), Cantos tropicais (1878), Lira dos verdes anos (1876), A comédia dos deuses (1887) e A América (1887).

·         Alberto de Oliveira (1857-1937): Foi farmacêutico, professor e poeta, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo sido, inclusive, eleito o “Príncipe dos Poetas” em 1924. Escreveu as seguintes obras poéticas: Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e poemas (1885), Versos e rimas (1895), Poesias - 1ª série (1900), Poesias - 2ª série (1906), Poesias - 2 vols. (1912), Poesias - 3ª série (1913), Poesias - 4ª série (1928), Poesias escolhidas (1933), Póstumas (1944).

·         Raimundo Correia (1859-1911): Foi magistrado, professor, diplomata e poeta. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, escreveu os livros Primeiros sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).

·         Olavo Bilac (1865-1918): Foi jornalista, inspetor de ensino e poeta. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes obras: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Sagres (1898), Crítica e fantasia (1904), Poesias infantis (1904), Conferências literárias (1906), Tratado de versificação (com Guimarães Passos) (1910), Dicionário de rimas (1913), Ironia e piedade (1916), Tarde (1919).

·         Vicente de Carvalho (1866-1902): Foi advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista. Publicou as seguintes obras: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções (1908), Versos da mocidade (1909), Verso e prosa (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos (1916), Luizinha (1924).

·         Francisca Júlia (1871-1920): Foi poeta e crítica literária. No entanto, apesar de sua consistência literária, não ingressou, por ser mulher, na Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes obras: Mármores (1895), Livro de infância (1899), Esfinges (1903), A feitiçaria sob o ponto de vista científico (discurso) (1908), Alma infantil (com Júlio César da Silva) (1912), Esfinges 2º ed. (ampliada) (1921), Poesias (organizadas por Péricles Eugênio da Silva Ramos) (1962).

Exemplo de poema do parnasianismo brasileiro

Vaso chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

(Alberto de Oliveira)

Postagens mais antigas Página inicial

Categories

  • Modernismo 1 4
  • Modernismo 2 3
  • Modernismo 3 2
  • Modernismo no Brasil 2
  • Parnasianismo 1
  • Pré-Modernismo 3
  • Semana de Arte Moderna 2
  • Simbolismo 3

Alunos

  • Camille Silva
  • Lucas Miranda
  • Miguel Almeida
  • Thayane Veloso

Designed By OddThemes | Distributed By Blogger Templates