O simbolismo é uma estética literária do século XIX que se opõe à objetividade parnasiana. Pode-se observar no simbolismo uma revivescência romântica.
Assim como o parnasianismo, o simbolismo tem sua origem na França e seu principal poeta foi Mallarmè. Mesmo na França, onde se originou, o simbolismo foi um movimento curto e conturbado. Um dos principais nomes desse movimento foi o poeta realista Charles Baudelaire. Alguns chegam a considerá-lo como simbolista, tal sua importância para o movimento, entretanto, quando o simbolismo se configura na França, Baudelaire já não estava vivo. Assim, podemos dizer que o poeta foi um pré-simbolista, um precursor do movimento.
Ao contrário dos parnasianos que defendiam o rigor formal do verso, os simbolistas buscavam uma poesia voltada a efeitos sonoros, com certa musicalidade. Assim, eram comuns figuras de linguagem como assonância e aliteração. Os poetas simbolistas rejeitam o rigor e a disciplina parnasiana.
Há um apelo ao metafísico, ao inconsciente, ao mundo espiritual. Para dar conta dessa nova realidade é preciso uma linguagem simbólica o suficiente que possa sugerir em vez de descrever. O poeta simbolista sente-se desconfortável no mundo, e é tomado de um profundo pessimismo que o leva a valorizar a morte, o soturno, o mistério. Esse gosto pela fúnebre levou o simbolismo a ser chamado de decadentismo. Esse desconcerto do mundo é reflexo da frustração que todo o avanço tecnológico da era realista causou: havia uma grande euforia em relação à ciência, mas os avanços não são para todos. Nesse aspecto, o simbolismo aproxima-se do romantismo: tende a fugir do mundo físico que não apraz, não satisfaz.
Características do simbolismo- Uso de pausas, reticências, espaços em branco e rupturas sintáticas para representar o silêncio metafísico;
- Sinestesia: construção de versos que descrevem sons, aromas e cores, pois os cinco sentidos são instrumentos de captação dos símbolos ao redor;
- Temáticas voltadas à interioridade humana, ao êxtase do espírito;
- Vocabulário etéreo e remissões ao Nada e ao Absoluto;
- Presença comum de antíteses e oposições, graças às tentativas de encarnar o que é divino e espiritualizar o que é terreno: o poema é a forma de conciliação entre os planos material e espiritual;
- Entendimento da poesia como uma visão da existência;
- Presença da religiosidade, não somente cristã como também oriental, compondo a busca simbolista da transcendência;
- Descrições crepusculares, presença simultânea de luz e sombra;
- Imagens sombrias, lúgubres, decadentes;
- Afrouxamento do rigor métrico parnasiano, dando espaço para metrificações irregulares e versos livres;
- Conceito musical do poema.
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