Parnasianismo




O Parnasianismo, vindo do grego da palavra “Parnaso” que, segundo a mitologia grega, refere-se a um monte consagrado a Apolo e às musas. Além dessa origem mítica, o parnasianismo também surgiu como movimento literário, na França no final do século XIX, tendo como principal bandeira a oposição ao realismo e ao naturalismo.

Características:

·         Linguagem objetiva, em oposição à linguagem mais subjetiva do romantismo;
·         Predomínio de vocabulários e estrutura sintática cultos;
·         Busca pelo equilíbrio formal;
·         Predileção pelo soneto.

No Brasil:

O parnasianismo brasileiro começou a partir de 1870, pois, no final dessa década, criou-se uma polêmica no jornal Diário do Rio de Janeiro, que reuniu, de um lado, os adeptos do romantismo e, de outro, os adeptos do realismo e do parnasianismo. Esse encontro literário, desenvolvido em artigos, é conhecido como “Batalha do Parnaso”.

Principais autores e obras do parnasianismo no Brasil:

·         Teófilo Dias (1854-1889): Foi advogado, jornalista e poeta. O primeiro livro de poesia considerado parnasiano, publicado em 1882, foi uma obra de sua autoria: Fanfarras. Publicou ainda os seguintes livros: Flores e amores (1874), Cantos tropicais (1878), Lira dos verdes anos (1876), A comédia dos deuses (1887) e A América (1887).

·         Alberto de Oliveira (1857-1937): Foi farmacêutico, professor e poeta, e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo sido, inclusive, eleito o “Príncipe dos Poetas” em 1924. Escreveu as seguintes obras poéticas: Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e poemas (1885), Versos e rimas (1895), Poesias - 1ª série (1900), Poesias - 2ª série (1906), Poesias - 2 vols. (1912), Poesias - 3ª série (1913), Poesias - 4ª série (1928), Poesias escolhidas (1933), Póstumas (1944).

·         Raimundo Correia (1859-1911): Foi magistrado, professor, diplomata e poeta. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, escreveu os livros Primeiros sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e versões (1887), Aleluias (1891), Poesias (1898).

·         Olavo Bilac (1865-1918): Foi jornalista, inspetor de ensino e poeta. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes obras: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Sagres (1898), Crítica e fantasia (1904), Poesias infantis (1904), Conferências literárias (1906), Tratado de versificação (com Guimarães Passos) (1910), Dicionário de rimas (1913), Ironia e piedade (1916), Tarde (1919).

·         Vicente de Carvalho (1866-1902): Foi advogado, jornalista, político, magistrado, poeta e contista. Publicou as seguintes obras: Ardentias (1885), Relicário (1888), Rosa, rosa de amor (1902), Poemas e canções (1908), Versos da mocidade (1909), Verso e prosa (1909), Páginas soltas (1911), A voz dos sinos (1916), Luizinha (1924).

·         Francisca Júlia (1871-1920): Foi poeta e crítica literária. No entanto, apesar de sua consistência literária, não ingressou, por ser mulher, na Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes obras: Mármores (1895), Livro de infância (1899), Esfinges (1903), A feitiçaria sob o ponto de vista científico (discurso) (1908), Alma infantil (com Júlio César da Silva) (1912), Esfinges 2º ed. (ampliada) (1921), Poesias (organizadas por Péricles Eugênio da Silva Ramos) (1962).

Exemplo de poema do parnasianismo brasileiro

Vaso chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura.

Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

(Alberto de Oliveira)

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